Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido da faculdade de medicina da USP alerta população e explica as principais causas para o sintoma que acomete 15% da população brasileira.

O que Eric Clapton, Bono, Phil Collins e Ozzy Ozborne têm em comum? Todos são cantores internacionais e com grande repercussão, mas, além disso, todos sofrem com um sintoma – Zumbido, que assim como eles, afeta 28 milhões de brasileiros.

O Zumbido nada mais é do que um som que não está ao nosso redor, mas sim, que nasce dentro da via auditiva. O sintoma aparece como uma forma de compensação para alguma agressão que o ouvido possa ter sofrido, para tentar compensar esta possível perda, outras partes da via auditiva começam a trabalhar em um ritmo mais acelerado, disparando mais impulsos elétricos para o cérebro, que por sua vez, interpreta esses impulsos como se fossem sons. A diferença é que estes sons não vieram do meio ambiente, mas sim foram criados dentro da própria via auditiva de cada um.

O barulho pode ser comparado com qualquer tipo de som - as comparações variam com o nível cultural e as experiências de cada um, porém os mais comuns são apito, chiado, canto de cigarra ou de grilo, zunido de abelha, cachoeira, panela de pressão, lâmpada fosforescente, escape de ar, etc. Algumas vezes o Zumbido pode parecer um som que tem o ritmo do batimento do coração e, nesses casos, representa problemas dos vasos sanguíneos ou dos músculos próximos da via auditiva, devendo ser investigados e tratados de modo diferente dos demais.

A intenção do organismo em produzir o Zumbido é algo natural, e deve ser encarado como um sinal de alerta que demonstre alguma irregularidade com o corpo. Cerca de 10% dos pacientes que buscam ajuda no GAPZ, Grupo de Apoio a Pessoa com Zumbido, não apresentam nenhuma perda auditiva, o que não significa que a via auditiva esteja perfeita, muitas vezes as lesões no ouvido são tão pequenas que simplesmente ‘não aparecem’ no exame.

O fato de ser tão comum e de prejudicar a qualidade de vida em alguns casos deveria ser um motivo a mais para que as pessoas se informassem melhor e para que os profissionais de saúde e os órgãos governamentais dessem mais valor ao diagnóstico e ao tratamento do Zumbido”, ressalta Dra. Tanit Ganz Sanchez, otorrinolaringologista, precursora dos estudos no Brasil e chefe do grupo de pesquisa do Hospital das Clínicas.

O GAPZ pode ser encontrado em São Paulo, sob a coordenação da Dra. Tanit Ganz Sanchez, sempre na primeira segunda-feira do mês a partir de Março, às 16 horas, no Anfiteatro da Disciplina de Otorrinolaringologia, no Hospital das Clínicas; em Campinas, sob a coordenação das Profa. Dra. Luiza Endo e Raquel Mezzalira, na terceira segunda-feira de cada mês, às 17 horas, na Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas - Rua Delfino Cintra, 63 - Centro; em Curitiba, sob a coordenação da Dra. Rita Mendes, na primeira sexta-feira do mês, às 14 horas, no Anfiteatro Otorrino, no Hospital de Clínicas; em Brasília, sob a coordenação da Profa. Dra. Alessandra Ramos Venosa, na primeira quarta-feira do mês, às 17 horas, no Auditório Central do Hospital Universitário de Brasília; em Salvador, sob a coordenação da Dra. Tatiana Lessa, na primeira terça-feira do mês, no Hospital das Clínicas, às 16 horas; no Rio de Janeiro, sob a coordenação da Dra. Patrícia Ciminelli, no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, na primeira quinta-feira do mês, às 15h30; e a partir deste ano em São José do Rio Preto, sob a coordenação do Dr. Márcio Coimbra, no Hospital de Base (Av. Brigadeiro Faria Lima, 5544, Anfiteatro do Mezzanino), na segunda 3ª-feira.

Escrito por José Luis Bonamigo
31-julho-2008 publicado no site da Radio Progresso de Ijuí

3 comentários:

Anônimo disse...

boa noite meu nome e ivair fernandes dos santos tenho 40 anos moro em ferraz de vasconcelos sao paulo tenho o zumbido a mais de 15 anos ja tentei oambulatorio neorologico da unicampi por varios anos mas nao obtive resultados pois la sempre tive a seguinte informaçao de que nao teria cura . nos ultimos meses venho obisevando que o zumbido esta aumentando muito gostaria muito de participar de uma palestra com vc segue imail ifsantos.fernandes71@gmail.com

Elapossidente@yahoo.com.br disse...

Minha mãe chama-se Ana,tem50 anos,ela está com chiado no ouvido a 2 anos,isso a incomoda muito.Foi em 6 consultas médicas,fez vários exames,nada anormal,a não ser uma pequena perda de audição,em um dos ouvidos,mas,isso já havia sido diagnosticado a uns 4 anos atrás,e não houve progresso.A noite piora por causa do silêncio,e ela perde o sono.O que me deixa injuriada é que já existe cura até para o cancer e nada até hoje para curar uma doença que não é tão ou quase nada grave.Será que está havendo poucos estudos contra isso ou pouco interesse dos profissionais?Minha mãe sofre muito com isso.

Anônimo disse...

Gostaria de obter resposta da Dra Tanit Sanches,e o endereço de seu consultório.Muito obrigada.